terça-feira, 19 de agosto de 2014

SUPRESSÃO DE POSTOS DA GUARDA PORTUÁRIA COMPROMETE A CERTIFICAÇÃO DOS PORTOS NO PARÁ

Na última segunda-feira (11), em decorrência do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de 2013/14, assinado pelos sindicatos e pela Companhia Docas do Pará (CDP), teve início um novo turno de revezamento para todos os empregados que atuam na área operacional.
Na Guarda Portuária, com o novo horário, os guardas portuários não estão mais cumprindo regime extraordinário, alegando a CDP que é para evitar onerar os cofres da Companhia, preferindo deixar desta forma, muitos postos desguarnecidos.
Segundo foi apurado pelo Portal Segurança Portuária Em Foco, o supervisor de recursos humanos já se pronunciou em outras épocas que o RH não se opõe à convocação de guardas para serviço extra, desde que justificadas pelos gestores do setor da Guarda e desde que 50% das folgas sejam preservadas e as convocações sejam aceitas pelo empregados.
Segundo alguns guardas ouvidos, o Supervisor de Segurança do porto de Belém, Alan Silva, teria dito que a supressão de postos seria ordem do Diretor Financeiro Olívio Gomes, pois seria preferível alguns postos de serviço dos portos de Belém, Miramar e Outeiro ficarem descobertos ao invés de convocar guardas para cumprirem regime extraordinário, para não onerar as finanças da empresa. Porém, procurado o referido diretor por alguns guardas, este apenas afirmou que a CDP suprimiu postos terceirizados como forma de conter gastos para garantir a chamada dos guardas concursados de 2012, inclusive desconhecendo que postos da Guarda Portuária estejam ficando descobertos, aliás, medida com o qual não concorda.
Alguns guardas ainda têm procurado o SEGPEMFOCO para dizer que estão sendo obrigados a trabalhar na intrajornada, em desrespeito ao direito do trabalhador de ter a sua hora de almoço e descanso, principalmente aqueles que são escalados no Porto de Outeiro, quando a própria CDP sempre fez questão que os seus empregados não trabalhassem na intrajornada.
Atualmente, neste porto, as escalas diárias têm vindo com muita freqüência apenas com um guarda escalado na portaria (50% do efetivo), não existido mais rondas periódicas, pois, também, foi suprimido o posto da VTR fixa nesta unidade.
Privilégios
Diferente do que vinha acontecendo anteriormente, as folgas nas escalas diárias dos guardas que estão no horário novo não estão sendo informadas, acredita-se, para que não se saiba a disponibilidade do quantitativo e o nome dos guardas que estão de folga e disponíveis para cumprirem regime extraordinário, em detrimento ao risco quanto à segurança, principalmente, dos portões de acesso e das rondas periódicas necessárias.
Isto ocorre principalmente nos portos de Belém e Outeiro, em que postos foram reduzidos, no entanto, extras são liberados para os guardas atuarem como uma espécie de secretários da Supervisão de Segurança do Porto de Belém, já que as secretárias e recepcionistas foram deslocadas para o Monitoramento.
Certificação em Risco
Segundo alguns guardas portuários mais antigos ouvidos, a supressão de postos de trabalho e a diminuição de guardas em cada posto é um processo que vem se arrastando há anos, num verdadeiro processo de sucateamento gradativo da Guarda Portuária, contrariando os Planos de Segurança dos Portos e colocando em risco as suas certificações. Isso tudo fica comprovado, principalmente, no porto de Belém, cujos litorais e pátio de contêineres, mesmo com navios operando, ficam totalmente desguarnecidos.
Os guardas portuários também denunciam que outra medida arriscada que vem sendo tomada pelo Supervisor de Segurança Portuária de Belém (SSPBEL) é preencher todos os postos existentes hoje nas escalas diárias, porém, o mesmo guarda portuário aparece em mais de um posto nessa escala. Isso ocorre nos três portos da região metropolitana de Belém, já que as escalas apresentam um mesmo guarda escalado no cadastro e numa portaria de acesso de veículos ou pedestres, portanto, descobrindo totalmente essas portarias quando o guarda se desloca para o cadastro.
Sindicatos
Em uma assembléia do Sindicato da Guarda Portuária (Sindiguapor), ocorrida na última quinta-feira (14) o SSP do Porto de Belém e Gerente de Segurança (Gerseg) em exercício, Alan Silva, afirmou que vai deixar os píeres do Terminar Petroquímico de Miramar descobertos e não vai convocar guardas para cumprirem regime extraordinário, mesmo sabendo que os píeres são portas de entradas dos tripulantes e, como rezam os planos de segurança, o controle de acesso e impedimentos às embarcações, quando necessários, ficam ao encargo dos guardas portuários; sem contar os riscos de sinistros, como o ocorrido recentemente em Miramar que, não fosse a intervenção do guarda portuário de plantão no píer II, um incêndio de grandes proporções poderia ter acontecido.
Essa afirmação do SSP Alan causou a maior revolta na categoria, fazendo com que os associados presentes informassem a este Supervisor que a Cesportos e Conportos serão notificadas pela categoria sobre a supressão de postos após a implantação do novo horário e que, durante as visitas de certificação tudo, como sempre, é mascarado, já que nesses dias e somente nesses, todos os postos são cobertos, pois guardas de serviço em outros portos são levados para o porto que vai ser certificado e deixam de gozar a intrajornada, justamente para que todas as deficiências de postos descobertos não sejam evidenciadas.
Segundo o Portal da Navegação, “não se ouviu mais falar nada sobre o Sindicato dos Portuários - SINDIPORTO, isto depois que o seu titular assumiu uma vaga no Conselho de Administração (CONSAD). Agora, tudo na Santa Paz. Os portuários, associados do SINDIPORTO, pelo que se observa já estão com saudades da diretoria anterior, com justíssima razão. Agora, sorri Carlos Rocha”.
fonte:segurancaportuariaemfoco.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário