sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Brasil isola 1º paciente com suspeita de ebola

Ebola: estado de saúde de africano é bom; resultado sai em 24 horas
O africano da Guiné, Souleymane Bah, de 47 anos, suspeito de infecção por ebola, está fazendo exames iniciais no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Maguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro. A unidade é um centro de referência escolhido pelo Ministério da Saúde para o tratamento de suspeitos da doença no Brasil. Sobre o estado de saúde do paciente, o ministério informou que “até o início da noite de ontem, estava subfebril e não apresentava hemorragia, vômitos ou quaisquer outros sintomas. Está em bom estado geral e, mantido em isolamento total”.
O resultado do exame que vai confirmar ou descartar o primeiro caso de ebola no Brasil deve ser divulgado em até 24 horas pelo Ministério da Saúde. De acordo com a pasta, a amostra já foi colhida e deve chegar nas próximas horas ao Instituto Evandro Chagas, no Pará.
Durante coletiva de imprensa, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse que o homem de 47 anos procedente da Guiné já passou por uma testagem para malária e o resultado foi negativo. Ele ressaltou que o Instituto Evandro Chagas é considerado uma referência internacional em febres hemorrágicas e trabalha com todos os preceitos máximos de segurança.
"Deveremos ter o resultado em até 24 horas. Se tivermos a liberação antes, imediatamente tornaremos público", disse. Chioro lembrou que o protocolo internacional para confirmação de ebola exige dois exames laboratoriais. Portanto, independentemente do primeiro resultado, uma segunda amostra será colhida 48 horas depois.
O ministro destacou que o ebola não é transmitido pelo ar, pela água ou por alimentos, apenas pelo contato direto com o sangue e fluidos corporais do paciente ou com superfícies contaminadas. Ainda segundo ele, durante o período de incubação, não há transmissão do vírus.
"As pessoas que viajaram ou que entraram em contato com ele antes do dia 8 não correm risco de ter contraído a doença", disse. Hoje, às 18h, uma nova coletiva será conduzida pela pasta para atualização das informações. A expectativa da própria pasta, entretanto, é que o resultado do exame ainda não tenha ficado pronto.
Souleymane Bah foi transferido de avião, na manhã de hoje (10), de Cascavel, no Paraná - onde recebeu atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Brasília - para o Rio.
De acordo com o professor especializado em doenças infecciosas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Edimilson Migowiski, embora o paciente não apresente todos os sinais de contágio da doença, o isolamento é necessário para evitar que a doença se espalhe pelo país. “Frente a elevada letalidade do ebola tem que se pecar pelo excesso. Se o paciente veio de uma área com circulação do vírus e chega aqui, mesmo que seja com sinal brando, com febre baixa e quadro clínico não tão exuberante quanto o ebola costuma se manifestar, ainda assim, acho que todo o rigor deve ser feito, no sentido de limitar o contato desse paciente com outras pessoas e mantê-lo isolado até que o diagnóstico seja confirmado ou descartado", informou. "Esse rigor da Saúde Pública para este caso me parece perfeito”, disse.
Para o especialista, se for descartado o diagnóstico, a operação terá servido também para testar o esquema montado pelo Ministério da Saúde para o monitoramento de pacientes. “Torço para que não seja ebola e para que isto sirva basicamente como treinamento destas equipes envolvidas, para que se, por ventura, surgir algum caso confirmado, a gente tenha mais preparo e evite o risco de contaminação em nosso país”, acrescentou.
Edimilson Migowski informou que até o momento não há medicamentos específicos para o tratamento de contaminação pelo ebola. Ele adiantou que está à disposição dos pesquisadores da Fiocruz para um trabalho conjunto nesta área. “Neste momento não existe medicamento específico. O que pretendo conversar com eles é sobre a possibilidade de alguns antivirais que a gente pode tentar lançar mão. A universidade não pode se distanciar em uma situação como esta. Tem que se aproximar. Se a Fiocruz, que é extremamente competente, e no meu entendimento, é o suficiente, achar que vale a pena conversar, eu me coloco à disposição. Somos entidades federais com a finalidade de promoção de saúde e interesse na pesquisa”, esclareceu.
O africano Souleymane Bah, que é comerciante, nasceu no dia 1º de janeiro de 1967, tem o 1º grau completo e, de acordo com documento do Ministério da Justiça, fez o pedido de entrada no Brasil no dia 23 de setembro deste ano. Ele saiu da Guiné, passou por Marrocos, pela Argentina e de lá entrou no Brasil com destino a Cascavel.
fonte: msn noticias

Nenhum comentário:

Postar um comentário